domingo, 29 de março de 2009

Confesso



Arrependimento: 1.Sentir mágoa ou pesar por falta ou erro cometido; 2.Mudar de procedimento, de parecer.

Não concordo com a primeira definição do Aurélio sobre o arrependimento. Acho que mágoa não é o substantivo adequado. Talvez pesar se encaixe melhor.
Entretanto, a segunda definição é perfeita e vai nortear minha explanação daqui por diante.

Volta e meia eu escuto a frase: “Eu só me arrependo daquilo que eu não fiz”.
Isso realmente me irrita. Profundamente.
Primeiro porque somente aqueles que são sábios o suficiente sabem que o arrependimento é uma oportunidade. Uma condição de humildade tal que faz o indivíduo reconhecer o próprio erro, evitar repetí-lo e mudar de parecer. Frente a uma mesma situação futura, ele é capaz de olhar pra trás, repensar seu posicionamento e agir diferente.

Segundo que o arrependimento é um tratamento de alma. Quando nos arrependemos tratamos nossas emoções, reconhecemos que o problema está em nós sim e restabelecemos nossos princípios e valores.
Arrepender-se somente daquilo que você não fez é dizer que todas as atitudes tomadas até o presente momento foram coerentes, perfeitas e compensaram qualquer esforço. Tudo aquilo que não foi feito, ainda pode ser realizado. Já aquilo que foi feito, concretizado está. E só há duas opções. Ou foi feito certo ou errado. O verbo no pretérito perfeito indica uma ação concluída. Sem volta.

Todavia, ninguém acerta sempre. Há erros exponenciais que cometemos e que ainda vamos cometer. Erramos e sabemos disso.

Já menti, já julguei, já omiti, já fui indiferente, já tomei decisões erradas, já criei situações embaraçosas, já rejeitei, já tive preconceitos, já envergonhei pessoas, já fui intolerante. Já cometi tantos outros inumeráveis erros e me arrependo sim. De cada um deles. Um a um. Sem nenhuma faceta de hipocrisia.

Talvez você não concorde com este post, mas eu te desafio.
Experimente o arrependimento, ele alivia fardos e oferece um novo começo.
* * *
Quero aproveitar o post para agradecer a todos pelos comentários e principalmente pelo carinho.
A opinião de vocês é muito importante. É ótimo saber que não são só as paredes que me ouvem.

terça-feira, 24 de março de 2009

Reboliço


Esse negócio de apaixonar-se é a coisa mais louca do universo. Do nada, um sujeito que não passava de um copo de água quente num dia de 40 graus torna-se uma garrafa de água estupidamente gelada. Transforma-se no cara mais bem dotado, com características bem peculiares nunca dantes apreciadas, responsável por pensamentos soltos e pelo olhar perdido. Então, você se torna vulnerável e percebe que o muro de pedra também possui fendas.

Mas fato é: nada mudou. Nada. Exceto você.
Seu modo de ver as coisas começa a sofrer de miopia. O que era claramente nítido, agora ficou embaçado. A estrada perdeu as faixas e não se sabe se a partir dali é permitido ultrapassar ou se é melhor esperar a terceira faixa.

O mais assustador desse reboliço todo é quando, depois de passada a fase “por você eu largo tudo, carreira, dinheiro, canudo” você acorda e percebe que o bolo confeitado da festa de casamento aparentemente delicioso era de biscuit.

Resultado: frustração.

O amontoado de ilusões construído sobre uma pessoa acarreta responsabilidade sobre ela, responsabilidade tal que esta ,muitas vezes, não é capaz de assumir. Não por incompetência, mas porque as expectativas de outrem não condizem com as desta. A frustração não é com a pessoa em si, e sim com o que criamos como padrão ideal para nos completarmos através dela. Bem egoísta, é fato. Afinal, é mais fácil transferir responsabilidades.

Colocamos a culpa no irmão quando destruímos algo, no professor quando as notas estacionam no vermelho , no trânsito quando nos atrasamos, nos bancos quando caem juros sobre juros. Assumir que fomos nós, ou melhor, que somos nós, traz conseqüências e esquivar-se se torna mais cômodo.

Admirável mesmo é aquele que se doa sem exigências, que não compra uma idéia barata de felicidade e nem imputa a outro a obrigação de fazê-lo feliz.
Se existe?
Tenho lá minhas dúvidas.
Mas apaixone-se.

Pode valer a pena.

Boas Vindas

Olá a todos!
Quem diria que depois de 7 anos eu estaria fazendo outro blog.
Espero fazer deste aqui bem diferente daquele meu falecido blog adolescente de 2002, cheio de cores e sem espaço pra colocar um dedo sequer na tela.
Decidi abrir este espaço para jogar no ventilador todas as minhas idéias, rabiscos, pensamentos, tudo que acho interessante e que mereça (ou não) ser compatilhado.
Sintam-se à vontade para comentar, elogiar ou tacar pedras, pro lado de cá talvez elas não ultrapassem. Mas caso aconteça, talvez faça uma sopa com elas.
Obrigada pela visita.
Serão sempre bem vindos, enquanto durar este blog.