quarta-feira, 27 de maio de 2009

Crônica

Naquela manhã os raios de sol não atravessaram a trama da cortina. O escuro ainda estava denso e o silêncio não abriu a boca. Só era possível ouvir o barulho das gotas geladas e tristes molhando o chão e o canto de um pássaro ao longe, escondido em algum telhado protegido da chuva.
O travesseiro esticava seus braços e me segurava, com uma força demasiadamente inanimada. Cedi por mais cinco minutos e o desagarrei, embora quisesse permanecer ali por mais algumas horas.
Abri a janela, ainda envolta no cobertor, e o degradê de cinza anunciava um dia molhado e longo.
Talvez aquele clima todo combinasse mesmo com meu estado de espírito. Não que este fosse nublado ou triste, mas que alguma coisa em comum tinha, isso tinha.
Incerto. Duvidoso. Ainda sem estabilidade. Uma fusão de sentimentos não palpáveis que se confundiam numa cabeça cheia de incertezas quanto ao futuro.
O meteorologista disse que o tempo iria continuar instável por mais algumas semanas.
Mas ele errou.
Hoje acordei com uma luz forte no rosto.
Era o sol me dando bom dia.

segunda-feira, 25 de maio de 2009


Ele arranca os meus melhores sorrisos.

quarta-feira, 13 de maio de 2009

Pressa


Foi-se o tempo em que as fotos eram tiradas para estampar momentos vividos que merecessem ser eternizados. Eram um álibi contra uma memória sem testemunhas.
Quer ver?

Então vamos à aula prática:
Pegue uma fotografia antiga e observe: provavelmente você irá encontrar sorrisos com expressões sinceras; momentos realmente marcantes, cheios de significado que renderiam muitas histórias; uma roupa que você adorava; um brinquedo preferido; sua primeira ida à praia e inúmeros outros fragmentos da vida.

Agora pegue uma foto atual e observe: sorrisos engessados; roupas com a etiqueta posicionada propositalmente pro lado da câmera; poses-clichês [do tipo ‘paz e amor’, ‘quebrando a coluna à la Gisele Bündchen’]; garotas em posições quase genitais. São fotografados momentos vazios, sem história alguma. Apenas para constar. Uma espécie de banco de imagens.
Com a manipulação destas, já não se pode confiar no que se vê. Uma mulher de pele aveludada, cabelo extremamente liso e olhos marcantes pode não passar de uma adolescente na puberdade, pipocando de espinhas, cabelos revoltos, com uma maquiagem excessiva de traços perfeitamente delineados e um desejo enorme de ser mulher.

Embora eu ache ridículo as adolescentes que se comportam como carne de açougue, recém chegada do frigorífico e pronta pra consumo, eu procuro ver o que há por tráz da maquiagem e do andar desequilibrado sobre os saltos. As pregações de um corpo perfeito, de um par perfeito e de uma vida social ativa, levam-nas a insatisfação pessoal e a busca pela aceitação.

Essa ânsia de parecer mais velha, de chegar a ser a ‘mulher resolvida’ acaba trazendo consigo conseqüências. Relacionamentos prematuros e envolvimentos precoces que impedem a conclusão de fases importantes da vida, como a infância e adolescência. Cada fase possui uma carga gigantesca de aprendizado e é de degrau em degrau que se alcança o topo. A pressa em crescer não trará maturidade, muito pelo contrário. O que fará uma pessoa mais madura ou menos madura são as experiências que ela enfrenta.
Aproveite o seu corpo convenientemente e seja o agora.

Pular fases é não conhecer o jogo inteiro.

sábado, 9 de maio de 2009


Quem pensa assim, é porque não sabe o quanto aquela terra é boooa!

quinta-feira, 7 de maio de 2009


No final de uma quinta-feira ociosa [momento raríssimo] , tive um insight repentino. Comprei meu ingresso, minha pipoca e fui ver o filme ao lado.
Como de praxe em filme brasileiro, não faltou uma dose de cenas apelativas e uma pitada de palavrão [desnecessário].

O bom em ir ao cinema é quando você senta do lado das velhinhas. As gargalhadas são tão discretas quanto o pacote de chitos que elas abrem ainda no trailer e mastigam até os créditos finais.
Não aderi muito a 'filosofia de vida' da personagem, mas deu pra dar umas boas risadas e até uma choradinha, de leve.

Gostei dessa frase;
"O fim nunca é bom. Se fosse bom seria o começo."



segunda-feira, 4 de maio de 2009



Ahh como é bom...

Voltar pra casa.
Dormir no sofá vendo TV.
Feriado.
Cheiro de roupa limpa.
Perfume.
Carinho de mãe.
Conselho de mãe.
Barulho do mar.
Chocolate quente num dia frio.
Nascer do sol.
Tirar o sapato apertado.
Frapê de coco.
Tomar banho demorado.
Barulho de chuva.
Cheiro de terra molhada.
Rir. Até doer a barriga.
Feijão recém cozido da Vó Amélia.
Pizza Hut.
Roupa nova.
Amigos.
Rever velhos amigos.
Cinema.
Sorvete.
Matar a saudade.
Abraço. Bem apertado.
Emagrecer.
Descobrir algo novo.
Igreja.
Telefonema inesperado.
Chocolate.
Música alta.
Cantar junto. Alto e desafinado.
Flores.
Dormir.
Família unida.
Piscina.
Uno.
Viajar.
Fotos. Inúmeras.
Presente fora de data comemorativa.
Apaixonar.
Namorar.
Casar.
Ter filhos.
Envelhecer ao lado dele.
Independência financeira.
Ser arrebatada.
Mr. Pretzel.
Churrasco.
Ar condicionado no verão.
Havaianas.
Férias.
Morango com leite condensado.
Mudança.
Fim de semana.
Ver as promessas de Deus se cumprirem.
Tecnologia.
Cheiro de mato.
Sexta-feira depois das 18:00h.
Dirigir.
Oportunidades.
Conversas construtivas.
Elogio.
Chorar. De alegria.
Ser feliz.

Extremamente feliz.
Simples assim.