quarta-feira, 12 de agosto de 2009

2.1


Sempre ouvi dizer que quando a gente está para morrer, passa um filme na nossa cabeça de todos os momentos vividos. Não acredito estar perto da morte, mas nesse momento está rodando um longa metragem na minha cabeça, bem do tipo ‘baseado em fatos reais’. E como em todo filme do gênero, neste também há perdas. Mas não quero tornar este post negativista, então colocarei apenas takes felizes, já que a dor tendemos a esquecer.

Aprendi com a professora do primário que o homem nasce, cresce, reproduz e morre. Entretanto o que ela não me ensinou foi como passar por essas fases. Talvez nem ela soubesse. Foi aí que percebi que o ‘nasce’ não dependeria de mim, mas o ‘cresce, reproduz e morre’ eu teria que protagonizar, não iria ter jeito.

A primeira fase do ciclo foi fácil e rápido, eu diria. Minha irmã com 2 meses de vida e eu já estava lá, começando a desenvolver naquela meleca toda que era o útero da Dona Marlene.
A segunda fase do ciclo eu ainda vivencio e creio que ela não deveria ser assim dividida, pois é a única que permanece até a morte.


Crescer é muito mais abrangente que apenas estatura. Implica profundidade.
O crescimento veio em diversas áreas da minha vida. Através de muitos erros e alguns acertos. Espiritualmente, aprendi muito sobre a dependência e o amor de Deus, ilimitado e genuíno e quero morrer aprendendo sobre Ele. Também cresci tendo que sair de casa cedo pra estudar, morando sozinha, criando responsabilidades, aprendendo que se privar de algo por falta de companhia só te faz cativo do desejo alheio. O amor dos meus pais e a forma com que eles acreditam em mim, não me faz apenas crescer, mas também desenvolver meu caráter e dignidade.

Quanto ao reproduzir, ainda não chegou à hora, e creio que demorará um bom tempo. Estou à procura de um pai pra criança. Não sou adepta à produção independente.
A última fase do ciclo, o morrer, é o que menos me assusta. Quem sabe pra onde vai, não tem porque temer.

Se eu pudesse, juntaria cada pessoa que amo, colocaria numa mochila e carregaria comigo pra onde fosse, mas não acho que uma mochila seria um lugar muito confortável.
O que quero dizer é que toda essa história de 21 anos chamada Annie foi construída por pessoas que entraram na minha vida, pegaram uma caneta e escreveram uma parte do roteiro. Mesmo essa parte sendo uma grande participação ou apenas uma discreta aparição, ela será fundamental para o resultado final.

Obrigada a cada um que me aturou nestes 21 anos.
O que eu quero de presente? Nem sua sms, nem seu parabéns via MSN, muito menos seu scrapt.

Quero que pegue sua caneta e já vai pensando no roteiro do próximo filme.

To be continued....


ps.: Se sobrar um tempinho, venha me dar um abraço ou me ligue!