terça-feira, 21 de janeiro de 2014



Ou eu ainda não acordei da anestesia ou to variando demais. É eu acabar de pagar o iPhone 4s e já tão dizendo que não posso ficar sem o 5c. Das 15 fotos mais populares, 12 são de alguma menina rica dizendo como devo me vestir. Minhas roupas da Riachuelo, meus pijamas da Pernambucanas, minha bolsa super útil que comprei na 25 de Março, meus biquinis do Torra Torra, tudo é ridículo demais e nada aparece em blog ou revista de moda. É como se virassem pra mim e dissessem...como assim, você não tem um Louboutin? Não conhece o Studio fix da MAC? Sua maquiagem é só isso?  Seu closet é esse armário de 4 portas e 3 gavetas? Não tem vergonha de sair com esse mesmo óculos sempre? Nuuunca foi pra Paris? Neve? Em que mundo você vive?


Daí você começa a querer entrar nessa onda e quando percebe tem mais da metade de aplicativos de moda, vazios, inalcançáveis, pois nada tem apenas dezenas antes da vírgula. Está sempre acima do peso, mesmo pesando 50 Kg, seus músculos não estão torneados como deveriam, seu seios são pequenos, seus cabelos são rebeldes, sua alimentação é uma droga porque você não toma suco detox, não bate berinjela com limão, não toma whey, falta 2x na semana na academia, come aquele bolo de chocolate que sua avó fez no fim da tarde e jamais será o padrão ideal incessantemente vomitado todos os dias na sua cara. 


Mas quer saber? Que se dane essa frustração ditada a mim. Eu quero mesmo é a verdade. Pessoas de verdade. Inteiras.
Que são bonitas de cara limpa, mas o dia que tá afim usa um blush pra ir ao mercado, que se preocupa com a saúde mas não se importa de faltar a academia pra pegar um cineminha de quarta. Gente que trabalha e nas férias fica feliz de levar a família pra praia, não importa se esse ano a grana não der pra ir à Floripa. Gente que se olha no espelho e se lembra de tudo que já conquistou até aqui, que valoriza as pessoas e o que há de melhor nelas, sem olhar se vai pagar com American Express ou Visa. Gente que faz da simplicidade uma forma de alegria e se regozija nela. Gente fiel ao seu jeito de ser. Ao seu estilo, a sua fé.

segunda-feira, 20 de agosto de 2012

Sutil




É verdade que gosto de muita coisa sim, acho que até mais que a extensão dos meus bolsos braços. Gosto de comida boa, de maquiagem, de conhecer aquele ponto turístico clássico, de roupa nova, de moda. 
Não há como mentir que o excesso é ruim. Não, não é. O terceiro pedaço da pizza, a sobremesa que se repete quando já me digo cheia, só mais uma peça da liquidação...
Exceder é bom, mas também lá no fundinho desponta aquele arrependimento que depois a gente abafa no crédito.

Paradoxalmente ao excesso, a pressa e ao consumismo fútil, o que realmente me prende, me faz gastar horas só olhando e me deixa de fato apaixonada é o detalhe, a sutileza do inusitado.

Gosto de ver quando um pai para na correria do metrô para amarrar o cadarço do filho pequeno, e a forma como a criança se apoia nos ombros dele; gosto como apartamentos são decorados, como cada cantinho é carinhosamente  pensado; gosto de olhar a parte interna das flores, como se tivessem sido pintadas a mão e como o céu muda de cor em dia de chuva; gosto quando um presente vem com cartão, gosto  até mais do cartão do que do próprio presente.

Gosto do cheiro de bolo no forno e do amaciante na roupa limpa sentido dentro de um abraço. Gosto de textos escritos com a alma e como os autores se expressam nas entrelinhas. Gosto de ver como uma árvore seca produz cachos com cores tão vivas no meio da seca do cerrado.

Gosto do hortelã no suco de abacaxi e dos bordados que minha avó faz nas toalhas de rosto. Gosto de como  jardins ficam bonitos iluminados com lâmpadas no chão e como uma joia bijuteria muda o visual.
Gosto do céu laranjado logo depois que o sol se esconde e de fotos que transcendem as emoções do papel, aquele milésimo de segundo que só o fotógrafo viu.

De fato o óbvio está tão evidente que se torna egoísta. Contudo o inusitado está lá.
Na pressa e na monotonia, na rotina e fora dela, perto ou longe. 

Mas pare um pouco, os detalhes são capazes de acalentar o coração.

quinta-feira, 22 de março de 2012

Sublimação

Não sei quando me deixei levar, o momento em que o tempo virou e depois ficou nublado de vez. Sem previsão de céu claro por longos meses.

Quando tento revirar minhas memórias, tão cheias de convicção, não encontro onde tudo se tornou relativo. O dia que passei a enxergar demais o outro lado, o inverso.

Filtrei ao extremo, a ponto de quase não deixar chegar nada ao coração. Nem mesmo deixar bater a porta. Em meio a tempos de incerteza, só tenho sentido saudade.

Saudade da casa vazia e do quarto em silêncio, enquanto meu coração queimava na Tua presença. Dos louvores que saiam do meu radio, dos CDS antigos tocados incessantemente, sempre que acordava ou voltava da escola. Daquele tempo em que ir pra Tua casa era a programação mais esperada da semana, e consumia todo o meu fim de semana. Sinto falta daquela paz em meio a tanta confusão, daquela certeza que me tomava, quando não havia no que ter certeza; das confissões solitárias e do renascimento após cada entrega, das lágrimas que escorriam pelo toque do Espírito Santo, sem explicação, rolavam e não podiam ser contidas; das orações oferecidas a um amigo, certas de que seriam ouvidas. Saudade daquela fé que me mantinha em pé, mesmo descalça e sem ter em que me sustentar.

Eram horas dedicadas ao silêncio, a uma busca desapressada por respostas que certamente viriam. Estudos feitos minuciosamente sobre Sua palavra e descobertas intrigantes, mas cheias de sentido.

Numa realidade estagnada, numa luta diária para que a candeia não se apague, o relógio não pare e a fé não morra, eu encontro muitos da mesma forma, que ainda tem forças e se agarram ao último fio que ainda não arrebentou. Enxergam as fibras cedendo, incertos, com medo, mas firmes até que venha o socorro.

E lá no fundo, no quarto mais íntimo desse coração, abafada por muitos obstáculos, há uma voz que grita...

o meu socorro vem do Senhor.

sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

Retrospectiva



O ano de 2011 foi o que chamam por aí de mudança radical, com mais curvas que descida de serra. Não foi um ano que posso chamar de O Ano da Minha Vida, mas com certeza ele chegou chegando, tipo fanfarra em 7 de Setembro.

Comecei 2011 com um fôlego novo, abarrotada de incertezas quanto a tudo. Vale a pena voltar? Vale à pena arriscar e jogar tudo pro alto? O que vai acontecer? As perguntas eram tantas que se misturavam com os fios da minha cabeça.

Troquei a cidade das oportunidades pela pequena e previsível Catanduva. Deixei a Av. Paulista e seus deliciosos cafés, o Ibirapuera, os teatros, o trânsito infernal, os amigos e a correria que tomou conta da minha vida e que com absoluta certeza, sinto falta. Mas também ganhei o que é mais valioso na pós-modernidade: tempo.

Tempo pra pensar, tempo pra arriscar, tempo pra mudar, tempo pra viajar, tempo pra namorar...

O ano virou e eu precisava virar com ele. Ou melhor, se virar com ele.

Voltei pra casa dos meus pais, depois de 9 anos morando sozinha, e adaptar-se de novo, acredite, não é lá uma das melhores experiências. Embora sejam muito compreensivos, nunca é como foi. E quem já passou por isso, sabe o que quero dizer.

2011 também trouxe muitas surpresas... Depois de várias saidinhas, conversas e aquele clima no ar, comecei a namorar. Vivi um ano maravilhoso, experiências que até então nunca tinha experimentado. Ganhei flores, jantarzinho romântico, presentes. Conheci um universo que era distante pra mim. O do afeto verdadeiro, da preocupação recíproca, do olhar no olho, do cuidado, do carinho e respeito. Aprendi que compartilhar traz sim felicidade, e que ser individualista, no fim das contas, é ser sozinho. Meus finais de semana tornaram-se agitados, minhas semanas cheias de saudade, e meus feriados sempre contados na folhinha.

Cuidar da auto-estima é sempre válido. Entre umas leituras curiosas pela internet, algumas pesquisas no Google, resolvi que queria mudar. Marquei uma consulta, perguntei, perguntei de novo, e fiz mais algumas perguntinhas pra então, fazer aquela blusinha ganhar um pouco mais de volume.

Também aposentei todos os potinhos, soluções fisiológicas e as terríveis lentes de contato que volta e meia causavam vermelhidão, coceira e secura nos meus enormes olhos. The End 5 graus de miopia.

Profissionalmente, enfrentei e tenho enfrentado o maior desafio da minha vida: construir uma carreira. Montei meu próprio consultório, junto com minha irmã também dentista, e descobri na pele o que é chamado: mercado de trabalho saturado. A luta pela conquista de cada paciente, pelo pagamento das contas, pela responsabilidade profissional. A ansiedade que tudo isso traz. O quão difícil é tornar-se independente.

Mesmo em meio à dificuldade da profissão, a vontade é maior. Comecei minha especialização em Implantodontia na USP, o que tem me trazido muitas alegrias. Encontrei-me nesse curso. Tenho me realizado a cada clínica, a cada aula assistida. Tenho certeza que é isso que quero fazer, e fazer com excelência.

O curso me trouxe mais que conhecimento, também me trouxe amigos. Conheci pessoas incríveis e que espero levar comigo. Dividimos experiências profissionais, os mesmos medos e ansiedades, mas também compartilhamos muitas risadas, saidinhas de quinta, churrascos. Estava realmente precisando disso.

Espiritualmente, com certeza, foi o ano mais difícil pra mim. Sei que ganhei muitas bênçãos sem merecer, e sou muito grata a Deus por tudo. Tudo mesmo. Cada amizade nova e antiga, cada momento, cada resina do consultório, cada conta paga, cada dia vivido, cada noite dormida. Mas sei que não fui uma filha obediente, não me dediquei a aprender mais sobre Ele, não dediquei o meu tempo a mais pra estar com Ele. Percebi que é bem verdade que nas nossas maiores alegrias, muitas vezes nos esquecemos de quem nos possibilita viver cada uma delas. Mas esse próximo ano será diferente. Vou me esforçar para que seja assim.

Pois é, 2011 já se foi, e voou. Começo a ter certeza que os anos tem se encurtado e cada dia tem que ser muito bem aproveitado, antes que quem a gente ame não esteja mais por perto.

Não vou fazer mil promessas de ano novo, porque elas acabam logo depois dos fogos de artifício. Só quero agradecer por todos aqueles que estiveram presentes na minha vida esse ano. Minha família, pelo apoio incondicional, vocês são minha maior segurança, não teria conseguido nada sem vocês; meus amigos de muito longe, de longe e de perto, com vocês a vida tem muito mais graça, estou sempre com saudades, vocês são muito importantes para mim, cada um a seu modo; meu namorado, obrigado amor, por sempre me ouvir e pela cumplicidade, esse ano foi ótimo pra gente; e a todas as outras pessoas que de alguma forma são importantes na minha vida. Amo vocês.

Desejo a quem ler esse texto que 2012, você faça tudo aquilo que sua mente preguiçosa diz: “ahh, depois eu faço.”

Com carinho,

Annie

quinta-feira, 13 de outubro de 2011

Ansiedade

Ansiedade: Angústia, aflição, grande inquietude.
Desejo veemente, impaciência, sofreguidão, avidez.

Ansiedade é tudo isso aí sim, mas para mim é também incerteza e medo. Uma sensação que está fora de controle, em que o domínio-próprio dá de ombros pro tufão que ela provoca dentro de mim. Varre tudo, faz meu chão virar teto, empilha toda as minhas certezas num canto da parede, soterra minha segurança e sacode tudo que pode, até conseguir cobrir o que resta de poeira e entulho.

E assim, como Drag Queen, ela passa, nada discreta.

Lidar com ela não é fácil. Acorda-te antes do seu relógio biológico, intromete-se no seu pensamento e dá um jeito de acelerar seu coração, liberando adrenalina sem permissão.

E antes só desse as caras por paixão, aí sim a vida seria um cup cake...colorida, confeitada e doce. Mas não. Não é.

A ansiedade te imobiliza, te deixa atônita e interfere na sua capacidade de raciocínio e ação. Traz desesperança e paralisia.

Queria eu ter calma...mas eu não mando na minha supra-renal.

Não saber como será amanhã, se haverá progresso, onde vou estar, com quem, em que situação é como pisar em um lago de gelo, não tão sólido quanto parece.

Sempre que me encontro nessa situação, me vem as palavras de Cristo:

Por isso vos digo: Não estejais ansiosos quanto à vossa vida, pelo que haveis de comer, ou pelo que haveis de beber; nem, quanto ao vosso corpo, pelo que haveis de vestir. Não é a vida mais do que o alimento, e o corpo mais do que o vestuário? Mt. 6:25

É. É sim. A vida é mais do que tudo isso.

Mas faz parte da natureza humana a fragilidade, a falta de fé e a tendência a olhar para o agora. E se o agora não está bom, pronto. É suficiente pra ansiedade dar as caras. Sempre a mesma cara de idiota.

Dane-se ela! Cara feia pra mim é fome. E se ela está com tanta fome assim, que se alimente de cesta básica, porque eu não vou doar 1kg de alimento não perecível.

Em meio ao tufão, ainda me apego àquilo que sempre me moveu.

Se a ansiedade é a incerteza daquilo que não se vê, a é justamente o oposto: a certeza das coisas que não se veem... e essa já me trouxe muito mais alegria.

quarta-feira, 20 de julho de 2011

Abstinência de amigos



Não sei porquê cargas d’água, hoje é chamado dia do amigo.

De qualquer forma a data foi suficiente pra me inspirar a arrancar as teias grudadas nos cantos das paredes desse blog.

Falar de amigos é falar de tesouros, e a cada olho aberto pela manhã, percebo que realmente eles são preciosos e não são encontrados pelo localizador de amigos. Amigos são conquistados, são relacionamentos construídos.

Faz-se um amigo no dia que tudo dá errado e um abraço te aparece na hora do desespero. Faz-se um amigo, quando há dor, quando da perda de alguém ele está lá, mudo, sem saber o que dizer, mas lá. Faz-se um amigo quando ele cresce com você, divide a mesma vizinhança, sobe na mesma goiabeira, pula na mesma amarelinha.

Faz-se um amigo quando se apaixona pela primeira vez por um carinha e ele ouve as juras de amor eterno, que não subsistirá a primeira decepção. Faz-se um amigo quando seu chuveiro queima e ele te oferece um banho quente. Faz-se um amigo quando ele te ajuda naquela fase de vestibular, parando seus estudos pra te ensinar a bendita física. Faz-se um amigo quando ele abre mão de outros compromissos pra apagar a vela do seu 50º aniversário junto a você.

Descobre-se um amigo quando você se sente uma prioridade, se sente importante, se sente perto. Quando se chora junto, se ri, se vive junto, se dói junto.

Faz-se amigo aquele que te ama.

Já não é de hoje minha carência por amigos, nem minha tristeza em saber que os meus tesouros mais preciosos estão distantes, espalhados por esse país. Queria poder uni-los ou viver mais perto deles. Carregá-los na minha mochila. Não se fazem mais amizades como antigamente. Ou eu não sou mais como antigamente. Sinto que as pessoas não se deixam descobrir. Afastam-se. Tornam-se virtuais. Não as encontro mais nas filas dos mercados, na igreja, no trabalho, na rua.

Não as visito mais, não as encontro naqueles filmezinhos na casa de uma delas, nos quais eu sempre dormia no trailer, rs . Só as encontro no FB, MSN, twitter e skype. E sempre de passagem.

Mas hoje...hoje eu só queria estar com vocês, meus amigos.

Vocês não são muitos, mas são por demais amados.

Feliz dia do amigo!

quinta-feira, 19 de maio de 2011

Artesanato

Faz tanto tempo que não dava as caras por aqui, que resolvi aparecer rapidinho até o próximo texto ficar pronto.

Essa é pras meninas!
Aí embaixo está a foto da minha última criação: uma caixinha porta-tudo.
Estou trabalhando em outra, mas ainda não está terminada.
Espero que gostem.

[clique sobre a imagem para ampliá-la]

Descrição: caixa em MDF; tinta acrílica rosa, decoupage na tampa em guardanapo floral, barrado adesivado, xadrez em tecido, acabamento com passamanaria e fita de cetim rosa. Toda envernizada externa e internamente.